Estive na última semana em Miami – FL para a conferência anual do The Institute for Functional medicine onde foi abordada a influência do meio ambiente ao qual somos expostos, nosso microbioma e genética no desenvolvimento de doenças crônicas inflamatórias e auto-imunes.
Nos últimos anos temos vivenciado um aumento muito grande de doenças auto-imunes no mundo. Entre mais de 80 tipos de doenças que fazem parte deste grupo, podemos destacar o lúpus, Crohn, Doença celíaca, psoríase, tireoidite de Hashimoto, colite ulcerativa, esclerose múltipla, vitiligo, autismo entre várias outras que vemos hoje.
Estudos recentes mostram claramente como diversos gatilhos presentes em nosso estilo de vida, alimentação e contato com substâncias tóxicas desde a infância, influenciam em nossa microbiota e permeabilidade intestinal, gerando uma ativação de nosso sistema imunológico e inflamação.
Hoje se acredita que um dos gatilhos para estas doenças possam vir do intestino (disbiose e permeabilidade intestinal), sendo este influenciado desde a gestação, com a alimentação e exposição ambiental desta mãe, genética, uso de antibióticos durante a gestação e infância, tipo de parto, amamentação, infecções e exposição ambiental nos primeiros 1000 dias de vida. Além disso, a alimentação atual rica em aditivos químicos, agrotóxicos, antibióticos, proteínas animais, açúcar e sal, modificam toda essa microbiota ao longo dos anos, e consequentemente esta barreira de proteção imunológica.
Reduzir a exposição à agentes que ativam esta disfunção metabólica imunológica (dieta, parasitas, xenobióticos, hormônios, alergias alimentares entre outros), restaurar microbiota intestinal, reduzir inflamação (com uma dieta antiinflamatória, rica em fitoquímicos e antioxidantes), melhorar estilo de vida e controlar stress, mostram ser uma conduta eficaz para a prevenção e controle das doenças crônicas inflamatórias e auto-imunes. Adotar uma alimentação personalizada (de acordo com seu perfil genético e necessidades individuais) é essencial para garantir nossa saúde. Nós profissionais de saúde, precisamos parar de padronizar protocolos e apenas medicar doenças, precisamos nos unir em busca da “causa” de nossos problemas atuais, trazer uma ciência capaz de identificar o que está adoecendo nossa população, prevenir doenças antes de precisar tratá-las.
INGREDIENTES
Roberta Larica é graduada em nutrição pela UVV (2003), pós-graduada em nutrição esportiva funcional pela UNIB/VP (2005), pós-graduada pela Functional Medicine University (FMU) (2017), membro da Sociedade Brasileira de Nutrição Funcional, membro do American College of Nutrition.