Apesar do bife de fígado ser considerado por muitas pessoas como um alimento saudável e bom para anemia, precisamos estar atentos a algumas questões que separei aqui para vocês!
O fígado é o órgão onde se metaboliza a maior parte dos antibióticos, xenobióticos, vacinas e pesticidas da presentes na alimentação deste animal. E nesse processo muitas toxinas e metais pesados são acumulados neste órgão (sendo a única forma de não ter este risco seria dar preferência ao consumo do fígado animais que não tenham sito tratados desta forma, o que dificulta bastante).
O fígado é um alimento que contém quantidades altíssimas de vitamina A, sendo portanto um alimento não indicado para consumo mais que uma vez na semana por gestantes (principalmente no primeiro trimestre gestacional). Em altas doses, a vitamina A pode ser tóxica para o bebê e gerar má formação. Isso vale para miúdos também. Fora a preocupação em expor o bebê à um alimento repleto de metais pesados e toxinas como citei acima.
Na presença de anemia existem várias outras fontes de ferro e formas de potencializar sua absorção. Carnes como músculo, coxas e sobrecoxas (próximas ao osso), folhas verde escuras, taioba, couve, espinafre, principalmente quando consumidos junto a uma fruta rica em vitamina C ajudam bastante nessa reposição de ferro, não precisando recorrer ao fígado para isso.
Pessoas que tenham níveis elevados de ácido úrico ou gota, também não devem consumir fígado. Por ser uma carne riquíssima em purinas, estas aumentam bastante os níveis de ácido úrico, o que pode piorar a situação.
Em resumo, o consumo do fígado só é válido se você souber a procedência (que venha de um animal jovem e criado organicamente), sendo consumido no máximo uma vez na semana (excluindo para grávidas e gota).
E esse raciocínio vale para toda proteína animal que você for consumir, ok?
Pergunte-se: de onde vem essa carne? Como esse animal foi alimentado? Foi criado solto ou em cativeiro? Come o que?
Busque sempre saber a procedência de tudo que você come! Não existe nada mais valioso que fazer boas escolhas com conhecimento e sem radicalismos.
Roberta Larica
Nutricionista Funcional
Roberta Larica é graduada em nutrição pela UVV (2003), pós-graduada em nutrição esportiva funcional pela UNIB/VP (2005), pós-graduada pela Functional Medicine University (FMU) (2017), membro da Sociedade Brasileira de Nutrição Funcional, membro do American College of Nutrition.